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A Iniciativa dos Contos da Década da Acção é uma plataforma criada pela Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA), dedicada aos jovens criadores africanos, no sentido de recriar e pré-imaginar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em Inglês (fase 1), passando agora à fase 2 em Português.

Nesta fase, serão aceites histórias, sob a forma de contos, escritas por jovens africanos nascidos em África, ou por jovens filhos de africanos.

Prazo de candidaturas - 14 de maio de 2022! Para mais informações : ecainfo@un.org , www.uneca.org 

Objectivos da Iniciativa:

  • Contribuir para uma maior consciencialização sobre os ODS e respectiva integração na vida quotidiana, numa linguagem criativa e especial entre os jovens africanos
  • Imprimir, através dos jovens africanos, um cunho de diversidade aos ODS existentes, sobretudo no conteúdo especificamente concebido para o continente africano
  • Criar uma plataforma, no contexto da escrita criativa, para que os jovens escritores contribuam com informação e diálogos para o debate sobre o COVID-19, no âmbito das formas de expressão artística.

Temas:  a visão africana, real ou fictícia, sobre a actualidade e o futuro próximo dos desafios dos nossos tempos: alterações climáticas, ambiente, migração, saúde, inovação e tecnologia no contexto da pandemia COVID-19. As histórias deverão captar, também, problemáticas relacionadas com o contexto africano: erradicação da pobreza e a diminuição das desigualdades; soluções climáticas para um planeta mais saudável; igualdade de género e emancipação das mulheres. Numa fase inicial, as histórias seleccionadas serão publicadas on-line, seguindo-se a publicação, em livro, na  Decade of Action Anthology of Short Stories, a lançar no contexto do Fórum Político de Alto Nível sobre o Desenvolvimento Sustentável, em Julho de 2022. 

Orientações gerais 

 - Género literário – serão aceites textos de ficção curta (contos) dentro dos seguintes géneros:  afrofuturismo, ficção científica, acção, aventura, fantasia, ficção especulativa, ficção histórica, suspense, literatura juvenil, mistério e crime. Histórias de literatura erótica ou chick lit não serão aceites. Histórias em formato de banda desenhada ou novela gráfica serão bem-vindas.

  • Língua – Português
  • Número de palavras: 3000
  • Número de textos por autor: 1
  • As propostas a enviar deverão ser textos originais do autor. Serão aceites também textos traduzidos e publicados (nas versões on-line ou impressa), informação que deverá ser indicada de antemão, para o devido tratamento dos direitos de publicação. Pede-se também que os autores informem sobre possíveis intenções de publicação do seu texto noutras editoras. 
  • Formato do envio das propostas: carta de apresentação e texto a enviar para ecainfo@un.org com o assunto: Proposta de Conto para a Decade of Action.
  • Formatação de texto: os contos deverão estar redigidos em Times New Roman 12, não excedendo as 3000 palavras.
  • Prazo de candidaturas - 14 de Maio de 2022
  • Notificações: os autores seleccionados serão notificados e convidados para um workshop de escrita criativa, com a finalidade de trabalhar e refinar os textos propostos. As três melhores histórias serão premiadas.

 Contexto da iniciativa dos contos africanos sobre os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável

Os 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável  (ODS) da Agenda de 2030 entraram oficialmente em vigor a 1 de Janeiro de 2016, depois da sua respectiva aprovação, em Setembro de 2015, pelos líderes mundiais,  numa cimeira histórica da Organização das Nações Unidas. Ao longo dos quinze anos seguintes e, no âmbito destes novos objectivos globais, todos os países assumiram o compromisso de mobilizar esforços no sentido da erradicação de todas as formas de pobreza, do combate à desigualdade e da solução das alterações climáticas, assegurando que estes esforços “não deixem ninguém para trás” – o famoso mote “leave no one behind”. Os ODS sustentam-se no  sucesso dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), num alcance ainda maior – o de erradicar todas as formas de pobreza. A especificidade destes objectivos reside na mobilização de todos os  países, desenvolvidos e em vias de desenvolvimento, para a promoção da prosperidade num planeta protegido. Todos os países reconhecem que a erradicação da pobreza deve ser acompanhada de estratégias de promoção do crescimento económico, incluindo necessidades sociais ligadas à educação, saúde, protecção social e emprego, elementos integrados, por sua vez, no âmbito das alterações climáticas e da protecção ambiental.

Mas eis que o Mundo se depara com o COVID-19…

O ano de 2020 obrigou à revisão de previsões e expectativas, na medida em que o surgimento do COVID-19 provocou efeitos nefastos, que ainda hoje se fazem sentir sobre as economias, efeitos estes  que ameaçam o progresso, até agora conseguido, da implementação dos ODS. A pandemia expôs uma série de vulnerabilidades e desigualdades sociais, tais como o desemprego (OIT, 2020), e, segundo o PAM, a escassez de alimentos, em consequência dos meses de interrupção das actividades do sector agrícola e das cadeias de fornecimento alimentar. Em resposta à pandemia, os países africanos priorizaram o sector da saúde, a provisão de medidas de recuperação económica e de estímulos, no sentido da protecção dos meios de subsistência e do apoio à recuperação económica.

Os esforços para uma “melhor reconstrução”, no sentido da salvaguarda dos ODS a longo-prazo – “build back better” – englobam a resiliência como meio de apoio aos vindouros  choques económicos, esforços estes orientados para a redução do impacto das emissões de carbono através da transição para uma baixa emissão do mesmo. Nos vários diálogos e discursos políticos  a que hoje assistimos,   os jovens buscam por uma participação activa nestes debates e problemáticas, através de uma panóplia de espaços e mecanismos. Por este motivo, a indústria criativa abre espaço aos jovens para uma intervenção significativa, onde os mesmos podem expor e articular  as suas preocupações e expectativas sobre o que significa “reconstruir melhor”.

A Comissão Económica das Nações Unidas para África tem vindo a contribuir activamente no sentido da mobilização de esforços para a efectivação da Década da Acção dos ODS, com um foco particular sobre os três grandes desafios do continente africano: erradicação da pobreza e redução das desigualdades; soluções climáticas para um planeta saudável; promoção da igualdade de género e da emancipação das mulheres.

 O projecto de ficção curta – contos – dos ODS encontra-se  alinhado à quinta aspiração da Agenda 2063, onde, entre outros objectivos, se procura promover a “riqueza do património e da cultura africanos, assegurando que a indústria criativa seja um dos maiores contributos para o crescimento e a transformação de África”.

 

 

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